As vendas de pneus produzidos no Brasil caíram 2,7% nos primeiros nove meses de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), foram comercializadas 29.038.221 unidades entre janeiro e setembro, ante 29.832.068 no acumulado de 2024.
Para Rodrigo Navarro, presidente da ANIP, o cenário segue preocupante. Ele destaca a concorrência desleal dos pneus importados, que chegam ao país com preços muitas vezes abaixo do praticado internacionalmente. “Há distorções de preço, falta de conformidade técnica e casos de descumprimento das obrigações ambientais que a indústria nacional precisa seguir”, afirma. Navarro alerta que o setor enfrenta uma degradação que ameaça toda a cadeia produtiva, envolvendo fabricantes de têxteis, químicos, aço e borracha natural. Segundo ele, a entidade está em diálogo com o governo para buscar medidas que garantam condições mais equilibradas para a indústria brasileira.
No mercado de reposição, as vendas caíram 7% até setembro, passando de 20.300.394 para 18.873.573 unidades. O único destaque positivo veio das vendas para montadoras, que cresceram 6,6% no período, saltando de 9.531.674 para 10.164.648 unidades.
No segmento de pneus de passeio, houve retração de 2,1% nas vendas totais (de 24.723.562 para 24.193.415 unidades). O mercado de reposição foi o principal responsável pela queda, com recuo de 6,9% (de 16.591.243 para 15.445.272 unidades), enquanto as vendas para montadoras avançaram 7,6%, de 8.132.319 para 8.748.143 unidades.
Os pneus de carga também registraram queda, com redução de 5,2% nas vendas totais (de 5.108.506 para 4.844.806 unidades). As vendas para montadoras cresceram 1,2% (de 1.399.355 para 1.416.505 unidades), mas o mercado de reposição caiu 7,6% (de 3.709.151 para 3.428.301 unidades). No segmento de motocicletas, as vendas para reposição recuaram 11,5%, saindo de 7.645.293 para 6.766.085 unidades.
Em setembro, o desempenho negativo se manteve. O mês registrou vendas totais de 3.213.883 pneus, queda de 8,2% frente ao mesmo mês de 2024 (3.501.968 unidades). O resultado foi puxado pela retração de 12% no mercado de reposição (de 2.280.377 para 2.006.266 unidades) e queda de 1,1% nas vendas para montadoras (de 1.221.591 para 1.207.617 unidades).
No segmento de passeio, setembro teve queda de 7,8% nas vendas totais (de 2.912.407 para 2.686.155 unidades). O mercado de reposição caiu 12,2% (de 1.852.906 para 1.626.018), enquanto as vendas para montadoras ficaram praticamente estáveis, com leve alta de 0,1% (de 1.059.501 para 1.060.137).
No segmento de carga, a queda foi mais acentuada: 10,5%, passando de 589.561 para 527.728 unidades. O recuo foi puxado pelo mercado de reposição, que caiu 11% (de 427.471 para 380.248), e pelas vendas para montadoras, que caíram 9% (de 162.090 para 147.480).
Já no mercado de motocicletas, as vendas de pneus para reposição ficaram praticamente estáveis em setembro, com leve alta de 0,1% (de 755.573 para 756.200 unidades).