As vendas no comércio recuaram 0,1% entre maio e junho. Esta é a terceira queda consecutiva apontada pela Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Considerando as quedas anteriores (-0,4% em maio e -0,3% em abril), o setor acumula uma retração de 0,8% em relação a março de 2024, o maior recuo registrado desde o início da série histórica do IBGE, em 2000.
No primeiro semestre, o comércio brasileiro apresentou crescimento acumulado de 1,8%. Em 12 meses, a expansão foi de 2,7%, e, na comparação com junho de 2023, houve alta de 0,3%.
Segundo o gerente Cristiano dos Santos, o movimento dos últimos três meses reflete uma estabilidade, porém com tendência de queda.
“No geral, neste primeiro semestre, observamos um grande crescimento até atingir o pico em março, seguido por um arrefecimento gradual e lento”, analisa.
O pesquisador destaca que os principais fatores para a lenta queda recente são a redução do crédito, devido às altas taxas de juros, e a inflação.
Durante o primeiro semestre, a inflação oficial ficou acima da meta do governo (3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos). Para conter a inflação, o Banco Central tem adotado a elevação da taxa de juros, visando esfriar a economia.
Cristiano dos Santos também aponta aspectos positivos no semestre, como o nível de emprego e renda, que sustentam o consumo. Em junho, o Brasil atingiu a taxa de desemprego recorde de 5,8%, a menor desde o início da série histórica do IBGE em 2012, além do maior rendimento médio do trabalhador.
Das oito atividades analisadas pelo IBGE, cinco apresentaram retração entre maio e junho:
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,7%)
- Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%)
- Móveis e eletrodomésticos (-1,2%)
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,9%)
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5%)
Os segmentos que registraram crescimento foram:
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%)
- Tecidos, vestuário e calçados (0,5%)
- Combustíveis e lubrificantes (0,3%)
A pesquisa do IBGE é realizada com empresas formalizadas que possuem 20 ou mais funcionários.
Atacado
No comércio varejista ampliado — que inclui também as atividades de atacado de veículos, motos, partes e peças; material de construção; e produtos alimentícios, bebidas e fumo — o indicador recuou 2,5% de maio para junho e registra crescimento de 2% no acumulado dos últimos 12 meses.
















