Visão plural impulsiona o desenvolvimento da cadeia automotiva

Como a Visão Plural Impulsiona o Crescimento da Cadeia Automotiva

Atualmente, as mulheres representam 24% da força de trabalho no setor automotivo, mas ainda enfrentam desafios para conquistar mais espaço em cargos de média e alta gestão. Esse panorama foi apresentado por Tania Macriani, fundadora da MHD Consultoria e especialista em mapeamento do mercado automotivo desde 2017, durante palestra no Seminário da Reposição Automotiva 2025, realizado em 7 de outubro na Fiesp, em São Paulo. A primeira parte da cobertura do evento está disponível na edição 481 do Novo Varejo.

A AMMA – Associação Brasileira das Mulheres do Mercado Automotivo – tem se destacado como uma importante iniciativa para promover e valorizar a presença feminina no aftermarket brasileiro. A entidade organizou o painel “Mulheres que movem a reposição”, que trouxe o tema para o centro das discussões do evento.

Segundo Tania, “se você buscar informações sobre representatividade feminina, vai encontrar que as mulheres correspondem a 50% da população brasileira e que 55% delas são economicamente ativas. Porém, ainda faltam estudos aprofundados sobre a presença feminina na reposição automotiva. A equidade de gênero é fundamental para valorizarmos esse público, que hoje ocupa cada vez mais espaços e investe mais em formação superior e especialização do que os homens. As profissionais estão extremamente preparadas para atuar no setor automotivo. Apesar do avanço, com 24% de participação, a presença feminina em cargos de média e alta gestão ainda precisa evoluir”.

O cenário, no entanto, traz sinais positivos. Hoje, 65% das empresas do setor contam com programas estruturados de equidade de gênero e diversidade. “Temos 65% das montadoras e indústrias de autopeças investindo em equidade de gênero, 30% em etnia, cerca de 50% em inclusão de pessoas com deficiência – muito em função da legislação –, além de iniciativas voltadas para jovens talentos, profissionais 50+, comunidade LGBTQIA+, refugiados e povos originários. A grande questão é: por que falar da presença feminina no mercado, especialmente no aftermarket? Porque empresas que apostam em diversidade e inclusão são mais inovadoras, lucrativas e conseguem engajar melhor consumidores e colaboradores”, destacou Tania.

Diversidade, portanto, não é apenas uma questão de justiça, mas também uma estratégia de negócios. “As mulheres já representam 58% das vendas de automóveis no país. Segundo artigo da Ange360, mais de 50% das compras de seminovos são feitas por mulheres e elas respondem por 40% das compras diretas, além de influenciar outros 30%”, afirmou Tania. A reflexão final deixada pela especialista foi: o Aftermarket Automotivo vai acompanhar as grandes marcas nesse movimento ou será surpreendido pela transformação da sociedade?