Queda na Confiança do Comércio em Outubro: Quarto Declínio Consecutivo

"Confiança do Comércio Cai em Outubro: Quarto Declínio Consecutivo"

Em outubro, os comerciantes brasileiros demonstraram menor otimismo, conforme divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou uma queda de 1,1% em comparação a setembro, já ajustado sazonalmente. Este é o quarto mês consecutivo de declínio.

O índice atingiu 95,7 pontos, situando-se na zona de insatisfação, abaixo da marca de 100 pontos. Este resultado representa o nível mais baixo desde maio de 2021, quando estava em 94,7 pontos. Em comparação com outubro de 2024, o ICEC apresentou uma redução de 10,9%.

“Os dados refletem uma percepção de cautela nos negócios, influenciada pela alta taxa de juros, incerteza econômica e deterioração das expectativas para os próximos seis meses”, afirmou José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, em comunicado oficial.

Na transição de setembro para outubro, o componente de avaliação das condições atuais caiu 5,4%, com decréscimos nos itens economia (-9,1%), empresa (-2,7%) e setor (-6,3%). O componente das expectativas subiu 0,8%, com aumentos nos quesitos economia (+1,5%) e setor (+1,7%), mas uma redução em empresa (-0,4%).

O componente das intenções de investimentos diminuiu 0,4%, com quedas nos itens de investimentos na empresa (-1,2%) e contratação de funcionários (-0,4%), mas um aumento em estoques (+0,4%). “Em outubro, a maioria dos varejistas (77,4%) relatou uma piora na situação atual da economia; contudo, quando questionados sobre as expectativas, a maioria (56,4%) acredita em uma melhora econômica, com recuperação no último mês após as recentes quedas percentuais”, informou a CNC.

A entidade destacou que, entre julho e outubro, o ICEC acumulou uma perda de 10,3%. “A sequência de quatro quedas mensais consecutivas, acelerando o ritmo de retração, sugere a persistência de um cenário pessimista no curto prazo. A possível reversão depende de fatores como a redução da taxa Selic, manutenção do mercado de trabalho e diminuição das incertezas políticas e econômicas. Embora a sazonalidade positiva do quarto trimestre (Black Friday e Natal) possa oferecer um alívio temporário, os indicadores apontam para um ambiente desafiador para o varejo nos próximos meses”, alertou a CNC no relatório do indicador.

Entre os segmentos varejistas, o comércio de bens não duráveis – que inclui supermercados, farmácias e lojas de cosméticos – registrou uma queda de 0,3% na confiança em outubro em relação a setembro. O índice do varejo de bens de consumo duráveis diminuiu 3,2% no período, e o de bens semiduráveis caiu 1,1%.