“Cabelinho” no pneu: mito ou indicador de qualidade?

“Cabelinho” no pneu: sinal de qualidade ou mito?

Dunlop explica a remoção dos “cabelinhos” dos pneus

A Dunlop revela por que os “cabelinhos” são removidos dos pneus e como essa prática beneficia tanto o desempenho quanto o meio ambiente.

Os famosos “cabelinhos” presentes em pneus novos despertam curiosidade e podem criar uma falsa sensação de segurança entre os consumidores. Muitas vezes, são vistos como um “sinal de garantia” de que o pneu nunca foi usado. No entanto, essa ideia é equivocada. Esses filamentos são resíduos naturais do processo de fabricação e, se não forem removidos corretamente, podem causar impactos negativos.

A ciência por trás dos “cabelinhos”

Durante a vulcanização — etapa essencial em que o pneu “verde” ganha sua forma definitiva sob alta temperatura (aproximadamente 150°C) e pressão — o ar preso entre o material e o molde metálico precisa escapar. Para isso, os moldes possuem pequenos furos de ventilação, chamados tecnicamente de “spews” ou respiros.

Quando o pneu é pressionado contra o molde quente, uma pequena quantidade de borracha preenche esses microfuros, formando os “cabelinhos” ao redor da peça. Trata-se de um processo natural e necessário na fabricação convencional de pneus.

Três problemas causados pelos “cabelinhos” não removidos

Desde 2013, a Dunlop realiza a remoção sistemática desses filamentos, com base em evidências técnicas e ambientais que comprovam os benefícios da prática:

  1. Qualidade superior: Todos os pneus Dunlop passam por testes rigorosos de força radial, lateral, conicidade e balanceamento dinâmico e estático. Os “cabelinhos”, com tamanhos e posições irregulares, podem interferir nos sensores de precisão, comprometendo a confiabilidade dos resultados.
  2. Redução de ruído: Ao entrar em contato com o asfalto, especialmente em superfícies lisas, os filamentos produzem ruídos e vibrações que podem incomodar os ocupantes do veículo.
  3. Impacto ambiental silencioso: Quando não removidos, os “cabelinhos” se desprendem gradualmente durante o uso. Essas micropartículas de borracha são levadas pela chuva aos sistemas de esgoto e, eventualmente, a rios e lagos.

“Para um único pneu, a quantidade liberada pode parecer pequena”, explica Alex Rodrigues, Gerente de Processos da Dunlop. “Porém, considerando os milhões de pneus em circulação no Brasil, essas micropartículas representam uma fonte significativa de micropoluição, que pode afetar a vida aquática.”

Ameaça aos ecossistemas aquáticos

Essas micropartículas podem ser confundidas com alimento por peixes e outros organismos aquáticos, causando problemas digestivos e prejudicando a cadeia alimentar. A micropoluição por borracha tem recebido atenção crescente da comunidade científica como um dos fatores que contribuem para a degradação dos ecossistemas aquáticos.

Economia circular em prática

A Dunlop vai além da simples remoção dos “cabelinhos”. Todos os filamentos coletados recebem destinação adequada por meio do coprocessamento, sendo reciclados como matéria-prima para diversas aplicações industriais:

  • Pisos industriais e residenciais, conferindo maior durabilidade e propriedades antiderrapantes;
  • Gramados sintéticos, proporcionando melhor absorção de impacto;
  • Aditivos para asfalto, aumentando a resistência e durabilidade do pavimento;
  • Artefatos de borracha, aproveitando as propriedades do material para diversos produtos.

“Transformamos um possível resíduo ambiental em recursos valiosos para outras indústrias”, destaca Alex. “Este é um exemplo prático de como a economia circular pode ser aplicada no setor automotivo.”

Qualidade que vai além da borracha

A remoção dos “cabelinhos” reflete a filosofia de qualidade total da Dunlop, que valoriza cada etapa do processo produtivo. Embora muitos consumidores não percebam essa diferença, a prática resulta em pneus mais silenciosos desde o primeiro uso e com menor impacto ambiental.

“Cada detalhe na fabricação dos nossos pneus é pensado para oferecer não apenas segurança e conforto, mas também responsabilidade ambiental”, conclui Alex Rodrigues. “Produzir um bom pneu envolve inovação, sustentabilidade e compromisso com o futuro.”

O verdadeiro sinal de qualidade

Ao contrário do que muitos imaginam, a presença dos “cabelinhos” não indica qualidade. O verdadeiro sinal de um pneu bem fabricado está na atenção aos detalhes que garantem desempenho superior, conforto acústico e responsabilidade ambiental — características muitas vezes invisíveis ao consumidor, mas que fazem toda a diferença na experiência e no impacto ambiental.

Julho de 2025

Sobre a Dunlop

A Dunlop, marca do grupo Sumitomo Rubber Industries e uma das cinco maiores fabricantes de pneus do mundo segundo o ranking “Leading tyre manufacturers” de 2023, tem sede no Japão, onde mantém um moderno centro de P&D e três campos de prova. No Brasil, sua fábrica localizada em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, é a mais moderna do país e a única a produzir pneus com a tecnologia TAIYO (Sun) System — um sistema de fabricação sem emendas nas partes de borracha que assegura maior precisão e segurança. Desde sua inauguração em outubro de 2013, a unidade recebeu mais de R$ 1,6 bilhão em investimentos e anunciou novos aportes na ordem de R$ 1 bilhão em 2021. A Dunlop comercializa pneus para veículos de passeio, vans, SUVs e caminhões, além de produzir as marcas Falken e Sumitomo no Brasil.

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