A Caoa Chery finalmente cumpriu o que havia prometido, mas agora com alcance maior. A montadora sino-brasileira demitiu por telegrama nada menos que 580 dos 624 funcionários da planta de Jacareí.
A motivação foi, a princípio, a invasão da fábrica pelos trabalhadores no dia 24 de maio, após a empresa ter recusado a proposta do Ministério Público do Trabalho, que serviu de mediador da negociação.
O número de demitidos é maior que o anterior, que seria de 485 empregados, ampliando assim o quadro dispensado em quase 100 empregados, deixando somente 44 na instalação paulista.
Sobre a ocupação da fábrica, a Caoa Chery comentou: “Todavia, antes mesmo de receber uma resposta, a Caoa Chery foi surpreendida pela invasão de sua propriedade, que foi danificada, em lamentável ato ocorrido na terça-feira, 24 de maio, organizado pela direção sindical.”
A empresa disse ainda: “Não havia, como não há, nenhuma razão plausível para tal violenta e temerária atitude. Saíram da fábrica mas agora estão impedindo a entrada de qualquer das pessoas, mesmo aquelas necessárias à manutenção e preservação dos equipamentos que lá se encontram.”
Por conta disso, a montadora justificou a demissão do quadro por meio de telegrama. Weller Gonçalves, presidente do sindicato dos trabalhadores da região, protestou contra a decisão da montadora.
Gonçalves disse: “O envio dos telegramas é inaceitável. Não engoliremos, de forma alguma, este abuso. Cobraremos, ainda com mais força, medidas do poder público para impedir tamanha covardia. Os trabalhadores já demonstraram, em todas as manifestações, que estão dispostos a lutar até o fim para a preservação de seus empregos. Não vamos descansar enquanto as demissões não forem canceladas”.
Os funcionários lutam para manter a fábrica em operação com proposta de layoff de cinco meses e três meses de estabilidade.
Para os que aceitaram a demissão, a proposta é seguir a sugestão do MPT com 20 salários e benefícios por 18 meses.
A Caoa Chery mantém a decisão de pagar de 7 a 15 salários, sem nenhum benefício adicional.
Sobre a planta, a empresa disse: “A Caoa Chery esclarece que, no momento que atravessa, não pode se valer de tal recurso [layoff], pois a restruturação do estabelecimento e maquinário demandarão longo espaço de tempo, provavelmente mais do que dois anos.”
[Fonte: Auto Data]