Agência Brasil
A agência de classificação de risco Fitch elevou de negativa para estável a perspectiva da nota da dívida pública brasileira. A decisão foi divulgada na tarde desta quinta-feira (14) e significa que a agência não pretende mudar a nota do país nos próximos meses ou anos.
Em maio de 2020, pouco após o início da pandemia de covid-19, a Fitch mantinha o Brasil com perspectiva negativa. Atualmente, a agência concede nota BB- para o país, três níveis abaixo do grau de investimento, garantia de que o país não corre risco de dar calote na dívida pública.
Em comunicado, a Fitch informou que a decisão “reflete a evolução melhor do que a esperada das finanças públicas em meio aos sucessivos choques dos últimos anos, desde que atribuímos a perspectiva negativa em maio de 2020”. Isso porque, após o gasto recorde do governo em 2020, as contas públicas melhoraram em 2021 e 2022.
A agência de classificação de risco destacou que, em 2021, o Brasil registrou o primeiro superávit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública) desde 2013, nos critérios do Banco Central. No ano passado, o setor público consolidado (União, estados, municípios e estatais) obteve superávit primário de 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB).
A Fitch também projeta queda no endividamento do governo em 2022. Segundo a agência, a relação entre a Dívida Bruta do Governo Geral e o PIB deverá encerrar o ano em 78,8%, depois de ficar em 80,3% no ano passado e atingir o nível recorde de 88,6% em 2020 por causa dos gastos com a pandemia de covid-19.
Apesar da evolução recente, a Fitch destacou que a melhora nas contas públicas ocorreu no curto prazo. Para o processo ser sustentável, a agência recomenda a aprovação de reformas estruturais na economia brasileira.
Em comunicado, o Ministério da Economia informou que “reafirma seu comprometimento com a consolidação fiscal necessária para a continuidade do cenário da recuperação econômica”.
A última vez em que a Fitch tinha rebaixado a nota brasileira tinha sido em fevereiro de 2018, quando a classificação do país foi reduzida para três níveis abaixo do grau de investimento. Essa é mesma nota concedida pela Standard & Poor’s (S&P), outra das principais agências de classificação de risco.
A Moody’s classifica o país dois níveis abaixo do grau de investimento. Tanto a S&P como a Moody’s atribuem perspectiva estável à nota da dívida brasileira. Apenas a Fitch mantinha a perspectiva negativa até agora.