O Pix, sistema de pagamentos instantâneos que transformou a economia brasileira, está atualmente no centro de uma controvérsia internacional. Enquanto se consolida como a principal ferramenta de transações para milhões de brasileiros, especialmente microempreendedores individuais (MEI), o modelo de sucesso desenvolvido pelo Banco Central do Brasil (BC) enfrenta críticas dos Estados Unidos, que acusam práticas comerciais desleais.
Uma pesquisa do Sebrae aponta que 97% dos MEIs utilizam o Pix como método de pagamento. Além disso, para quase metade desses empreendedores (48%), o Pix representa 51% ou mais do total do faturamento.
Dércio Lima, presidente do Sebrae, ressalta que o Pix simplificou as transações comerciais: “De acordo com pesquisa do Sebrae, o Pix é a modalidade preferida por quase metade dos microempreendedores individuais do país (48%). Além disso, 97% dos empreendedores aceitam o Pix como forma de pagamento. Desse total movimentado nas vendas, essa modalidade já responde por 51% ou mais do faturamento das empresas”, afirma o dirigente.
“É um meio que já se consolidou. A tecnologia é um conceito irreversível, e os pequenos negócios a utilizam para expandir oportunidades e aumentar a geração de empregos.”
Dércio Lima, presidente do Sebrae.
Para ele, essa aproximação com o sistema financeiro é essencial, pois facilita o acesso ao crédito, superando uma das maiores dificuldades desses negócios: a falta de informações precisas sobre sua situação financeira.
Foto: Luís Tajes/ASN.
Consolidação
O Pix já superou plataformas bancárias tradicionais como TED e DOC em número de transações e, no final de 2023, ultrapassou também os cartões (débito, crédito e pré-pago) em quantidade de pagamentos realizados no país. Novas funcionalidades lançadas este ano, como o Pix por aproximação e o Pix automático, além da futura cobrança híbrida (Pix via QR Code de boleto), reforçam a agenda inovadora do Banco Central.
Segundo o BC, o Pix tornou-se uma ferramenta essencial para ampliar o acesso da população ao sistema financeiro e reduzir a concentração bancária, beneficiando não só os usuários, mas também bancos e empresas de tecnologia. Outra inovação em estudo é a possibilidade de utilizar o fluxo de recebíveis do Pix como garantia para empréstimos a micro e pequenas empresas, iniciativa que promete fortalecer ainda mais o ecossistema dos pequenos negócios.
Dércio Lima avalia que qualquer medida que restrinja ou encareça o uso do Pix terá impacto direto e severo na principal fonte de receita de milhões de MEIs, comprometendo sua capacidade de operar, crescer e gerar renda. Para ele, a gratuidade e a instantaneidade do Pix são pilares fundamentais para a inclusão financeira e a competitividade desses empreendimentos.
Lançado em 2020, o Pix atingiu um nível de universalização em menos de quatro anos. Conforme dados do Banco Central, já é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, com mais de 6 bilhões de transferências mensais que movimentam cerca de R$ 2,8 trilhões.