Rússia: governo dará ajuda à setor automotivo em crise

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A invasão da Ucrânia está cobrando seu preço no setor automotivo e na economia russa. Com as parcas reservas tendo sido queimadas a partir de março, a indústria local está em frangalhos.

Com a queda nas vendas em maio chegando a 83,5%, segundo a Associação de Empresas Europeias (AEB), o mercado russo despencou com a falta de compradores e também de peças para as linhas de montagem.

No caso dos clientes, num cenário de crise, trocar de carro será a última coisa que o russo irá desejar nesse momento em que o país sofre um embargo internacional.

No caso dos fabricantes, o bloqueio nas importações e a saída de fabricantes com seus fornecedores só piorou um ambiente que já estava ruim globalmente.

Por isso, Vladimir Putin foi à TV estatal para exigir quer o governo apoie o setor automotivo nacional.

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Putin disse: “Gostaria de pedir ao governo que nos diga em detalhes quais medidas rápidas está tomando para apoiar a indústria automobilística e estabilizar o mercado interno”.

Bom, o “gostaria de pedir” é apenas um modo de dizer vindo de Putin, entendido em realidade pelo governo como uma ordem para salvar a indústria.

O governo russo já havia liberado o equivalente a US$ 377 milhões para ajudar a aumentar a demanda por carros, sendo que metade disso iria para empréstimos na compra de carros novos.

Isso seria feito por meio de leasing e incentivos fiscais para carros elétricos, mas os efeitos práticos só poderão ser vistos a partir de 1 de setembro.

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Para um mercado automotivo como o russo, que vinha crescendo mesmo com a pandemia, o montante é muito para fazer a engrenagem se mover.

Agora, com o mercado em queda livre, se tem a real noção de que apenas os fabricantes e marcas chinesas não serão suficientes para manter minimamente as vendas.

Para piorar, os preços dos carros subirão 50% desde o início da “Operação Militar Especial” e a inflação russa já está perto de ser a maior em 20 anos.

Diante desse cenário, fica difícil uma recuperação em pouco tempo, como alguns acreditavam com a nacionalização de ativos das empresas que saíram.

[Fonte: Autoblog]