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Comemorado em 1º de maio, o Dia do Trabalho ou Dia Mundial do Trabalho celebra as conquistas dos trabalhadores ao longo da história.
A data foi estabelecida em 1889, em homenagem aos operários e à greve ocorrida na cidade de Chicago (EUA), no ano de 1886. A data foi marcada pela reunião de milhares de trabalhadores que reivindicavam a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.
Eight-hour day with no cut in pay (diária de oito horas sem redução no pagamento) era o slogan repetido por mais de 300 mil manifestantes que foram às ruas em Nova York, Chicago, Detroit e Milwaukee, entre outras cidades. As passeatas marcaram o início de uma greve geral, que tinha essa única reivindicação: a redução da carga horária.
No dia 4 de maio, uma terça-feira, cerca de 2.500 manifestantes se reuniram em assembleia em Chicago, na praça Haymarket.
Por volta das 10h30, quando a maior parte das pessoas já havia deixado o local, 176 policiais cercaram os cerca de 200 manifestantes que ainda estavam na praça. No meio da confusão, uma bomba foi lançada na direção dos agentes da lei. Na confusão que se seguiu, morreram quatro trabalhadores, mas também sete policiais, e mais de 130 pessoas ficaram feridas.
O ataque da polícia e o julgamento dos sindicalistas colocaram a pauta dos trabalhadores em evidência.
Esse conjunto de eventos, desencadeados a parir de 1º de maio, tornou-se símbolo para as manifestações e lutas por direitos trabalhistas nas décadas seguintes em várias partes do mundo. Atualmente, o 1° de maio é adotado internacionalmente como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos países.
Primeiro de Maio no Brasil
No Brasil, o Primeiro de Maio começou a ganhar importância no final do século XIX. A historiadora Isabel Bilhão afirma que as primeiras manifestações desse caráter no Brasil aconteceram em 1891 e eram organizadas por militantes socialistas. A historiadora afirma também que essas manifestações assumiam a forma de apoio à República recém-instalada no Brasil |1|.
Os protestos aconteciam com a aglomeração dos trabalhadores em locais importantes das grandes cidades brasileiras. Durante esses eventos do Primeiro de Maio, os trabalhadores realizavam discursos exaltando a classe, bem como organizavam apresentações musicais, faziam passeatas, disparavam fogos de artifício etc.
Durante a década de 1910, o movimento operário no Brasil ganhou força impulsionado pelos ideais socialistas e anarcossindicalistas. Desse movimento, destaca-se, por exemplo, a Greve Geral de 1917, na qual cerca de 50 mil trabalhadores paralisaram o trabalho em São Paulo. A greve, inclusive, passou a ser uma prática comum no Primeiro de Maio, uma vez que a data não era feriado no Brasil.
Esse dia passou a ser considerado feriado no Brasil em 1924, durante o governo de Artur Bernardes, mas foi no governo de Getúlio Vargas que o Primeiro de Maio ganhou muita importância, principalmente por causa do projeto político de aproximação com as classes trabalhadoras durante o Estado Novo.
Durante os cinco primeiros anos da década de 1930, as comemorações do Primeiro de Maio seguiram a linha de festividades organizadas pelos trabalhadores, que se reuniam nos sindicatos e em locais importantes das grandes cidades para organizar discursos, realizar passeatas, fazer apresentações artísticas, palestrar em defesa do trabalhador etc.
Durante o período do Estado Novo, no entanto, as comemorações do Primeiro de Maio foram tomadas pelo governo como forma de implantação e divulgação do projeto de Getúlio Vargas. Nesse sentido, as manifestações do Primeiro de Maio eram utilizadas pelo governo como propaganda de suas “benesses” e como eventos para ressaltar os valores cívicos e o patriotismo.
Essa característica se inicia em 1940, sobretudo a partir de 1943, quando os historiadores apontam uma mudança no projeto político de Vargas na direção dos trabalhadores. Nessas comemorações, eram realizados desfiles dos diferentes sindicatos existentes (todos controlados pelo governo) que enfatizavam o nacionalismo e os valores de ordem e civismo defendidos pelo governo. Além disso, Vargas utilizava-se da data para divulgar as obras do governo que eram voltadas para as classes trabalhadoras, das quais se destacam o decreto da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), salário-mínimo e férias remuneradas.
Atualmente, o Primeiro de Maio segue como feriado nacional e, nesse dia, diversos sindicatos se organizam para oferecer uma programação para a classe trabalhadora. Essas programações incluem comícios com discursos que se pautam na defesa dos direitos trabalhistas. Além disso, esses eventos realizados pelos sindicatos abrangem toda uma programação voltada para o lazer dos trabalhadores.