A história de André Keppe, proprietário da Képpe Autopeças, em Curitiba (PR), vem com uma bagagem de praticamente todos os elos da cadeia, varejo, distribuição e reparação automotiva, tendo faltado apenas a indústria. A sua trajetória começou aos 13 anos de idade e, desde a primeira quinzena de abril deste ano, ele está tocando a sua loja própria que, por um acaso do destino, adquiriu do seu antigo patrão, da Pajomar, onde ele trabalhou há doze anos.
Também da sua bagagem, Keppe criou em 2010 um e-commerce de autopeças, que foi reinaugurado no dia 1º de maio para girar o estoque de sua loja. Um plano que ele já estava prestes a colocar em prática, antes da proposta para ter a sua própria loja. “O que era para ser virtual, se tornou físico também”, diz.
Da sua experiência com pessoas, o foco da sua equipe estará no atendimento como consultores de vendas e não simplesmente vendedores. Ele também almeja fazer a diferença em prol do setor, além dos limites de sua empresa, com as amizades, parcerias e troca de ideias. E aqui ele conta a sua trajetória.
“Em 1994, quando eu tinha 13 anos de idade, o meu pai me deu de presente de aniversário um emprego em uma autopeça e as contas de água e luz de casa para eu pagá-las. Ele e meu irmão já trabalhavam em autopeças. Eu comecei no estoque e depois como vendedor. Foi onde eu aprendi tudo sobre autopeças”, recorda-se.
Buscando novos horizontes, no final de 2004, ele foi trabalhar em uma distribuidora no televendas, após três anos, migrou para uma oficina mecânica para cuidar da autopeças que ela tinha. “O que foi outro aprendizado, o de oficina”, afirma. O próximo passo foi na Pajomar Autopeças, em 2010, onde ficou por três anos e saiu para montar o seu próprio negócio, um e-commerce de autopeças. Ao sofrer um acidente e romper o tendão de Aquiles, Quepe teve um novo destino: cantor de música gospel, ele se dedicou a essa profissão por um período e também gravou um CD, deixando de lado o e-commerce.
De volta ao setor
Há sete anos, ele foi convidado para voltar para a Auto Peças Vila Nori e aceitou o convite. Em fevereiro deste ano, junto à sua esposa que tinha trabalhado por 15 anos em um banco, eles decidiram retomar as atividades do e-commerce. No meio do caminho, ele recebeu uma proposta. “O dono da Pajomar decidiu se aposentar e me propôs comprar a loja, dizendo que só a venderia para mim. É uma loja imensa de 1.000 metros quadrados, que eu trabalhei há 12 anos, em um bairro bem legal (o Abranches), em Curitiba”. E assim, ele mudou o nome da loja para Keppe Autopeças.
Time
Com uma equipe de seis pessoas, são três profissionais dedicados às vendas, ele conta qual é o formato que quer para a sua loja. “Estou há quase 30 anos no ramo e estou formando uma equipe de consultores de vendas e não apenas de vendedores. O meu slogan é: “mais que uma autopeça, é ser o consultor automotivo”. No nosso ramo, estamos cercados de pessoas que começaram porque estavam desempregadas, aprenderam a profissão, mas odeiam o ramo. Funcionário desse jeito, eu não quero”.
E as regras são claras, semanalmente, ele tem reuniões com todos. Nelas, o assunto é tudo o que aconteceu na semana anterior e já projetando para a semana seguinte. “Quando eu fui gerente de loja, eu já fazia isso. Para ser um ótimo vendedor de autopeças, tem que atender bem. Sou conhecido por ser uma pessoa bem extrovertida, sempre de bem com a vida e a minha empresa vai ser assim. Não vou ficar refém de funcionário mal humorado e tenho todas as ferramentas para evitar isso”.
Multicanal
Hoje, a Képpe Autopeças tem 50 mil itens para a linha leve, muitas deles estão há décadas no estoque. Com a sua expertise no comércio eletrônico, o objetivo é vendê-los também pela internet. “No início, o nosso e-commerce terá 500 itens bem específicos, pois como a autopeças veio para mim com um estoque muito antigo, tem peças que estão lá há mais de 20 anos, o mercado virtual para mim é algo bem familiar, e já estou linkado com pelo menos três marketplaces. Aqui em Curitiba eu não conheço nenhuma autopeças com e-commerce ativo, e olha que eu conheço muito bem esse ramo”, finaliza.