Brasil perde R$ 300 bilhões por ano com a pirataria

CNC

Em 2021, o mercado ilegal desviou mais de R$336 bilhões da economia formal brasileira e impediu a geração de mais de 535 mil empregos formais, de acordo com o Estudo Brasil Ilegal em Números, realizada pela Fecomércio-RJ, Associação Comercial do Rio de Janeiro e Firjan. A pesquisa analisou o impacto do comércio ilegal sobre a economia, o mercado de trabalho e à sociedade, no ano passado.

Os dados foram apresentados na última quinta-feira (4), pelo presidente da Fecomércio-RJ e integrante do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), do Ministério da Justiça, Antonio Florencio de Queiroz Junior, durante o seminário Combate ao Brasil Ilegal, realizado no Rio de Janeiro.

De acordo com ele, esse valor é equiparável ao orçamento do Auxílio Emergencial de 2020 e 2021, que foi de R$ 350 bilhões, e quase quatro vezes o custeio do programa Auxílio Brasil, que hoje atende a 18 milhões de pessoas de baixa renda.

Geração de Empregos

O Estudo Brasil Ilegal em Números estima que o País deixou de gerar 535,7 mil postos de trabalho formais em 2021, devido ao mercado ilegal. No mercado formal, o saldo de empregos em 2021 teria sido 20% maior, de 2,76 milhões para 3,3 milhões. O efeito observado seria a redução da taxa de desemprego de 11,1% para 10,7%.

“Precisamos ter noção do tamanho do dano que o mercado ilegal provoca em nossa economia e o quanto afeta o dia a dia da nossa sociedade. Fora o impacto indireto nas empresas, na sociedade, por meio do dano que os produtos causam. Sob todas as óticas, é evidente o prejuízo que o mercado paralelo acarreta à sociedade brasileira. É imprescindível o combate ao mercado ilegal pelo poder público, com participação do setor privado e conscientização da população”, ressaltou Antonio Florencio.

Além das perdas com faturamento, empregos e arrecadação, o mercado ilegal gerou outros prejuízos, como o desvio de quase R$ 30 bilhões em água e energia elétrica, valor próximo ao investimento anual necessário para universalizar o acesso à água e saneamento básico no Brasil, estimado em R$ 31 bilhões em novos investimentos anuais, de acordo com estudo da empresa de consultoria KPMG, em parceria com Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto (Abcon).