Confiança do consumidor paulista estabiliza em patamar pessimista

A confiança do consumidor do estado de São Paulo se manteve estável em julho em relação a junho, segundo o Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP), apurado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O indicador registra 88 pontos, o que o coloca na região do pessimismo. O ICCP varia de zero a 200 pontos, sendo que pontuações abaixo de 100 denotam mau humor do consumidor.

Na comparação com igual mês do ano passado, o indicador apresentou elevação de 14,3%. Considerado o cenário sem pandemia, de julho de 2019, o ICCP retraiu 6,5%.

O indicador está patinando, mas com tendência de alta desde maio de 2021, segundo Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP. Segundo ele, a percepção negativa das famílias sobre a situação financeira atual continuou presente. Por outro lado, aumentou a segurança no emprego.

Mas com a situação financeira ainda delicada, a pesquisa apontou menor disposição dos consumidores paulistas para adquirirem itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como geladeira e fogão.

Se analisadas as classes socioeconômicas, o ICCP registrou aumento na confiança das famílias residentes no estado de São Paulo pertencentes às classes AB e DE, enquanto a classe C foi observada leve redução.

CONSUMIDOR PAULISTANO

Pela primeira vez, a pesquisa permitiu construir um Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP). O indicador marcou 85 pontos em julho.

A percepção do paulistano com relação à situação atual e as expectativas futuras são bastante parecidas com as registradas para o ICCP, porém com quedas na predisposição de investir no futuro e na segurança no emprego.

A evolução da confiança dos consumidores da cidade de São Paulo, distribuída por classes socioeconômicas, reflete a percepção do indicador estadual em que as classes AB e DE estão mais confiantes e a classe C menos confiante.

“Os resultados do ICCP e do ICCSP de julho seguem trajetória similar ao Índice Nacional de Confiança (INC), com recuperação da confiança baseada principalmente na melhora das expectativas sobre a situação financeira durante os próximos meses”, explica Ruiz de Gamboa.

Para os próximos meses a expectativa segue em ritmo ascendente, principalmente pelo aumento da ocupação, pela injeção de recursos relativos ao FGTS, antecipação do 13.º e Auxílio-Brasil e pela ampliação da margem de crédito consignado.

“Em todo caso, tanto no estado de São Paulo como na capital, os consumidores se mantêm cautelosos, com índices de confiança ainda no campo pessimista e inferiores ao período pré-pandemia”, diz o economista.