Crise, pandemia, crise dos chips e Guerra na Ucrânia continuam afetando fortemente a economia, com reflexos diretos na vida dos consumidores, alterando seus hábitos.
Com os preços dos carros subindo, os valores dos combustíveis disparando, assim como os custos das montadoras e até a falta de peças e componentes, o mercado está em baixa e o impacto disso se reflete direto na frota nacional.
Tendo agora 10 anos e 3 meses, a idade média da frota brasileira subiu em relação a 2012, quando era de 8 anos e 5 meses, com aumento expressivo em veículos de “meia-idade”.
Na faixa de entre 6 e 15 anos, a frota brasileira disparou de 38,1% passou para 57,1% em uma década.
Já os carros com mais novos, com até cinco anos de uso, caiu de 43,1% para 23,5%, enquanto mais antigos, acima de 16 anos, passou de 18,8% para 19,4%.
Em 2021, por exemplo, a frota cresceu apenas 0,7% no país com 46,6 milhões de automóveis, picapes, comerciais leves, caminhões e ônibus em circulação no Brasil.
A estimativa é que em 2022, haja uma redução na frota de veículos no país.
Com os fatores já citados, o reflexo na frota também vem dos hábitos dos consumidores, que mudou bastante em uma década.
Uma das principais mudanças foi a introdução de aplicativos de carona paga, como 99 e Uber, que impactou de certa forma nas vendas de automóveis.
Mesmo as viagens entre as cidades, usando apps de carona, retirou muita gente dos ônibus regulares, assim como nas cidades do transporte público.
Outro fenômeno foi o aumento das vendas de SUVs e crossovers, que possuem maior valor agregado e tirou as vendas de carros mais baratos.
Isso sem contar que uma boa parte da geração atual perdeu o interesse em automóveis e motocicletas.
A saída da Ford do mercado de massa também impactou negativamente nas vendas, reduzindo a oferta na faixa de entrada.
Feito isso, o mercado se retraiu e muita gente acabou deixando de trocar de carro, seja por um novo ou por usado, ainda mais que o segundo se valorizou acima da média.
Segundo especialistas, o envelhecimento da frota reflete exatamente na segurança e no impacto ambiental.
Com mais carros antigos nas ruas e estradas, maior a emissão de CO2, especialmente que o etanol não está compensando em mais que quatro ou cinco estados.
Na segurança, boa parte dos carros mais antigos não possuem itens de segurança básicos, como airbag duplo e freios ABS.
Com a eletrificação e a tendência de aumentar o ticket médio de vendas com carros de maior valor agregado, o mercado ficará mais seletivo e a frota poderá decrescer.
Segundo a Bright Consulting, o patamar de 2012 só será alcançado nesse cenário em 2032… Ou seja, aperte o cinto que os tempos de frugalidade chegaram.
[Fonte: Exame]