Em recentes tensões em Kaliningrado, onde existem algumas fábricas de carros, o mercado russo vê estranhamente as coisas se complicarem com a inesperada queda nas importações chinesas…
Com bloqueio econômico ampliado sobre a Rússia, por conta da invasão à Ucrânia, que ocorre desde 24 de fevereiro, a indústria automotiva local agora vê o mercado encolher mais.
Pelo segundo mês consecutivo, as importações de carros da China caiu e isso é algo inesperado para o mercado local, que recentemente viu a produção de algumas fábricas ser retomada parcialmente.
Em março, a Federação Russa vendeu 55 mil carros chineses, mas em abril caiu para 33 mil e em maior chegou a pouco mais de 24 mil unidades.
No último mês citado, a queda foi de 83,5% em comparação com 2021, o que é ainda mais estranho, uma vez que a China não tem nenhuma restrição ou embargo com a Rússia.
Desde o início das sanções impostas pelos EUA, União Europeia e aliados, o que se esperava era um domínio das marcas chinesas sobre o mercado russo, bem ocidentalizado até então.
Em parte, o efeito da crise sobre a Rússia pode ser o principal fator que explica a queda nas importações.
Os preços dos automóveis dispararam, chegando a um aumento de 50% desde fevereiro, bem como a redução do poder de compra do consumidor e a própria infraestrutura do setor automotivo, abandonado pelas principais montadoras ocidentais, reduziu naturalmente o mercado.
Mesmo especialistas do mercado russo, apontavam que a China dominaria o cenário local, porém, o que se vê vai além das expectativas, pois, as vendas de marcas chinesas na Rússia aumentaram apenas 1% no período.
Várias marcas chinesas importam carros do país de origem e até de Belarus, como no caso da Geely.
Montadoras russas como AvtoVAZ, GAZ e UAZ, fecharam parcerias com empresas como JAC, além de fornecedores chineses para substituir peças e componentes ocidentais por similares.
Pelo visto, apenas com a intervenção direta de Moscou é que o mercado russo pode aparentemente voltar a crescer, ainda que a questão fique no ar: até quanto o Kremlin conseguirá sustentar financeiramente o setor?
[Fonte: Kolesa]