Vendas de carros e comerciais leves registram alta de 7% em outubro

Por: Marcelo Cavalcante de Lima

O mercado de automóveis e comerciais leves fechou outubro com 247.766 unidades vendidas, um avanço de 7,09% em relação a setembro. No entanto, na comparação com o mesmo período de 2024, houve uma leve retração de 0,85%.

A produção da Toyota foi impactada pelo vendaval que atingiu a unidade de Porto Feliz, o que resultou em uma redução de estoque entre 6 mil e 7 mil veículos que deixaram de ser entregues. A expectativa é que a produção volte ao ritmo normal apenas em janeiro de 2026.

No acumulado do ano, o setor já soma 2.055.204 veículos vendidos, crescimento de 2,76% sobre o ano anterior. Ainda assim, o volume está 5,56% abaixo do registrado no ciclo pré-pandemia.

O segmento de veículos com novas tecnologias energéticas encerrou outubro com 27.740 unidades vendidas, alta de 2,29% em relação a setembro. No acumulado do ano, já são 219.303 unidades, crescimento expressivo de 58,32% frente a 2023. A falta de estoque dos híbridos nacionais da Toyota também afetou esse segmento.

Os 100% elétricos somaram 7.901 unidades em outubro e, no ano, já alcançaram 61.062 veículos, avanço de 17,91%. Os modelos PHEV lideraram o mês com 9.262 unidades e, no acumulado, já são 75.226 veículos, crescimento de 34,30%. Já os híbridos HEV tiveram queda de 20,47% nas vendas de outubro em relação a setembro, reflexo da indisponibilidade de modelos Toyota, mas ainda acumulam alta de 14,05% no ano, incluindo os modelos REEV (elétrico com extensor de autonomia). Os híbridos leves fecharam outubro com 6.508 unidades e acumulam 52.202 veículos no ano, alta de 276%.

No varejo, o acumulado do ano soma 1.011.162 unidades, participação de 49,20% e queda de 2,77%. Já as vendas diretas (atacado) chegaram a 1.044.042 unidades, com 50,80% de participação e crescimento de 8,76%.

Mesmo com alguns desafios, como a ameaça de uma nova crise dos semicondutores, a rede segue otimista para o fim do ano. André Scinocca, operador do Grupo Dahruj (BYD e Nissan), destaca a expectativa de grande campanha de vendas da BYD na Black Friday, aproveitando o aumento de estoque. No segmento de seminovos, o grupo bateu recorde em outubro, com destaque para veículos entre R$ 70 mil e R$ 100 mil, que representaram 55% das vendas.

Eloi Carvalho Rocha, diretor operacional do Grupo Navesa, afirma que a Ford atingiu seus objetivos, apesar da falta de alguns modelos como o Bronco, cuja demanda superou a oferta. As vendas da Ranger também foram destaque.

Jerdean Barbosa, gerente de pós-vendas da BMW no Grupo Barigui, relata que as metas foram alcançadas, consolidando o bom momento da marca no país.

Davidson Morais, diretor de vendas da Auto Avaliar, aponta mais de 25.500 repasses no mês, alta de 4% a 5% sobre setembro. O giro de estoque segue forte, mesmo com a instabilidade nos preços de seminovos. As avaliações de carros na troca cresceram 4% em outubro, totalizando mais de 325 mil avaliações, e a captação subiu 7%. Ele ressalta que os feriados de novembro e o mês mais curto de dezembro exigirão ações mais agressivas das montadoras e concessionárias.

Alexandre Prado, gerente de vendas da Zeekr em Curitiba, destaca o entusiasmo para o último bimestre, com estoque renovado e ações especiais para modelos BEV premium.

De modo geral, outubro foi um mês desafiador, marcado por falta de alguns produtos, juros altos e uma segunda quinzena mais difícil. Apesar disso, o otimismo para o fechamento do ano permanece.

No ranking de marcas, a Fiat liderou outubro com 50.651 unidades, seu melhor resultado do ano, crescimento de 7,21% sobre setembro. No acumulado, já são 435.279 veículos, alta de 3,11% em relação a 2024 e 45% acima do ciclo pré-pandemia.

A Volkswagen consolidou a segunda posição, com 41.760 unidades vendidas em outubro, aumento de 5,23% e maior volume mensal do ano. No acumulado, são 347.667 veículos, crescimento de 9% sobre o ano anterior e 4,32% acima do pré-pandemia.

A GM fecha o trio de líderes com 26.933 unidades em outubro, alta de 4,77%. No acumulado, são 218.882 veículos, queda de 13% frente a 2024 e recuo de 43,74% em relação ao ciclo pré-pandemia.

A Hyundai teve destaque com crescimento de 27% em outubro, vendendo 24.170 unidades, seu recorde anual. No acumulado, ocupa a quarta posição com 162.985 veículos.

A Toyota, impactada pela paralisação de sua unidade de motores, registrou o segundo menor volume do ano em outubro: 12.762 unidades, queda de 37,85% ante 2024 e recuo de 20,77% em relação a setembro.

Outros destaques do mês foram Honda, com alta de 26,35% e 10.085 unidades vendidas, e GWM, que cresceu 29,22% com 5.227 unidades.

No segmento premium, o crescimento no ano é de 5%. A BMW lidera com 13.799 unidades, seguida por Volvo (7.899) e Mercedes-Benz (7.484).

Entre os eletrificados, a BYD lidera com 87.392 vendas acumuladas, crescimento de 49% sobre o ano anterior.

No ranking de modelos, a Fiat Strada segue na liderança, com 14.041 unidades vendidas em outubro, alta de 1,19%. No acumulado do ano, são 115.339 veículos, 0,65% abaixo de 2024.

Na segunda posição do mês aparece o VW Tera, com 10.162 unidades e crescimento de 33,53% sobre setembro. No acumulado, o modelo soma 27.922 veículos.

O Fiat Argo ficou em terceiro lugar em outubro, com 9.981 unidades, 5,24% acima de setembro. No acumulado, ocupa a terceira posição com 83.992 veículos, avanço de 13,83% sobre o ano anterior.

O VW Polo, segundo colocado no acumulado, ficou apenas na quinta posição do mês.

Outras análises serão publicadas ao longo da semana. Os dados apresentados são preliminares e podem sofrer pequenos ajustes, mas já apontam tendências relevantes para o setor.