3 cuidados para evitar o desgaste da embreagem em câmbios automatizados

Trânsito intenso, anda e para constante, e o pedal da embreagem em uso frequente para as mudanças de marcha. Esse é o tipo de ação comum que pode gerar desgaste e abuso na embreagem. Mas, e se o câmbio é automatizado? A consequência ainda pode ser a mesma? A resposta é sim, afinal trata-se de um sistema que vai muito além dos seus dois pedais (acelerador e freio).

A embreagem é um componente que une o motor e a transmissão. Ela permite que o veículo produza a força exata para cada movimento que ele faz, sendo responsável por permitir as trocas de marchas. Além disso, tem como função filtrar as vibrações que chegam do motor e podem ser percebidas pelo motorista, entregando mais conforto e dirigibilidade.

No dia a dia, alguns comportamentos e boas práticas na direção podem evitar o desgaste desse componente tão relevante e garantir que ele dure até três vezes mais em veículos com transmissões automatizadas da Eaton, quando comparado com veículos equipados com câmbios manuais. Caminhões como o Accelo da Mercedes-Benz e o Delivery V-tronic da Volkswagen Caminhões e Ônibus são equipados com os câmbios automatizados EAO-6106 e EAO-6206 6 velocidades e a embreagem 362mm. Já o Constellation V-Tronic da VW; Iveco Tector Auto-shift e Tector Coletor são exemplos de aplicações com as transmissões automatizadas UltraShift PLUS MHD 10 velocidades e a embreagem 395mm fabricadas pela empresa.

Segundo Gabriela Tunes, gerente de engenharia do produto da Eaton, somente os componentes originais podem entregar o desempenho adequado e garantir baixa manutenção. “Ao optar pelas embreagens originais na hora do reparo, o proprietário do veículo ou frotista terá melhor dirigibilidade, conforto e engates suaves. Os componentes originais podem garantir vantagens como baixa manutenção, que representa menos tempo com caminhão parado, e mais economia, já que com caixas automatizadas há uma redução de até 10% do consumo do combustível”, comenta.

Confira 3 dicas para evitar o desgaste excessivo da embreagem e prolongar sua vida útil:

– Em subidas, mantenha o veículo parado utilizando sempre o pedal do freio e nunca modulando a embreagem com o pedal do acelerador.

Usar o pedal do acelerador para manter o veículo parado é um vício muito comum dos motoristas em semáforos e durante o trânsito intenso. Esse comportamento resulta em um aquecimento do disco e desgasta a embreagem de forma prematura – o que diminui sua vida útil e impacta em gastos com a manutenção do veículo.

– Evite arrancadas bruscas em subidas acentuadas

Nessas situações, realize lançamentos suaves e evite pisar no acelerador bruscamente, pois esta ação também impacta na vida útil da embreagem.

 – Fuja do “acelera e para” em trânsito intenso

No trânsito, o ideal é o motorista diminuir os lançamentos e paradas no trajeto. Caso esse movimento aconteça repetidas vezes, principalmente, em uma posição de rampa, haverá o risco do superaquecimento da embreagem. A dica é esperar o trânsito fluir e depois seguir em frente, claro que mantendo a distância e uma direção segura para si e os demais motoristas ao redor.

Os veículos com transmissões automatizadas Eaton contam com uma função que identifica quando o veículo é exposto a cenários que desgastam a embreagem de maneira excessiva e avisa o motorista por meio de alertas no painel do veículo, para que ele pare com aquela ação. A função monitora a temperatura do disco e conta com dois níveis de alerta: 1) Embreagem superaquecida e 2) Embreagem danificada. Ao receber a primeira notificação, o motorista deve parar o veículo de forma segura até que a temperatura se normalize. Caso a situação de abuso seja mantida, o componente poderá ser danificado e aparecerá o segundo aviso. Neste caso, a recomendação é dirigir-se a uma oficina mais próxima com mão de obra qualificada para avaliar o nível do dano e fazer o reparo.

Embreagem 362mm dos câmbios automatizados EAO-6106 e EAO-6206 de 6 velocidades
Embreagem 395mm do câmbio automatizado UltraShift PLUS MHD 10 velocidades