87% dos executivos brasileiros apontam a IA como a tecnologia-chave para o futuro próximo

87% dos executivos brasileiros veem a IA como a tecnologia essencial para o futuro imediato

Pesquisa EY sobre Desafios e Tendências nas Empresas Latino-Americanas

Uma pesquisa da EY sobre os desafios e tendências nas empresas latino-americanas revelou que 87% dos executivos brasileiros consideram o impacto da inteligência artificial em novas áreas como a principal tendência global para os próximos três anos. Na mesma linha, 85% indicaram que a produtividade impulsionada pela tecnologia será a segunda maior tendência, e 83% destacaram o foco em inovação como a terceira prioridade.

Em relação às tecnologias disruptivas, a pesquisa mostra que a Inteligência Artificial e a Inteligência Artificial Generativa ocupam a primeira e terceira posições, com 88% e 78% dos executivos brasileiros apontando essas tecnologias como relevantes para os próximos três anos, respectivamente. Além disso, analytics e big data perderam relevância, caindo de 91% para 78% em comparação ao ano anterior.

Victor Guelman, Sócio-líder de Market e Business Development da EY Brasil, avalia que a pesquisa reforça a centralidade da IA nas organizações, em detrimento de outras soluções e ferramentas. “Isso não significa que as demais tecnologias estejam obsoletas, mas pode refletir o intenso foco dado à AI e GenAI na mídia no último ano”, destaca o sócio.

Na América Latina como um todo, 80% dos entrevistados classificaram o impacto da inteligência artificial em novas áreas como a tendência global mais importante, seguido pelo foco em inovação (79%) e produtividade impulsionada pela tecnologia (79%). Quanto às tecnologias disruptivas, as prioridades são as mesmas do Brasil: Inteligência Artificial (83%) e Inteligência Artificial Generativa (78%), com a segurança cibernética avançada aparecendo em terceiro lugar, destacada por 72% dos participantes.

Sobre os desafios internos, Brasil e América Latina apresentam expectativas alinhadas para os próximos três anos: melhorias operacionais, produtividade e custos (34%), crescimento da participação de mercado (30%) e tecnologia e transformação digital (26%). Fecham a lista estratégia e transformação empresarial (23%) e gestão, experiência e qualidade de serviço ao cliente (18%).

Nesta edição, liquidez, gestão financeira e controle interno subiram seis posições, com 18% dos executivos brasileiros listando esses temas como prioridades internas. Outro ponto relevante é a fidelização, retenção e gestão diferenciada de clientes, que aparece em quinto lugar, também com 18% das respostas. Segundo Guelman, “com o aumento da taxa de juros no país, o foco voltou não apenas para o curto prazo, mas também para melhorias nos processos internos, ganhos de produtividade e eficiência”.

Na região, os três principais desafios internos são os mesmos do Brasil, com porcentagens de 28%, 28% e 27%, respectivamente. Os demais são estratégia e transformação empresarial (25%) e inovação (18%). “Em um cenário de incertezas globais e taxas de juros elevadas, era esperado que alianças, fusões e aquisições não estivessem entre as prioridades dos executivos latino-americanos, mantendo as tendências do ano passado. De modo geral, buscam redução de custos, otimização de recursos, gestão de fornecedores, identificação de oportunidades, implementação e integração de sistemas, além de melhorias na produtividade, processos comerciais e gestão de canais”, resume o sócio.

Os desafios externos mais citados pelos executivos brasileiros são a entrada de novos concorrentes e substitutos, tanto globais quanto locais (34%), seguida pelo cenário econômico local (31%), riscos inerentes ao setor (30%), mudanças na demanda, preferências e comportamento dos clientes e consumidores (28%) e reformas tributárias (26%). Para os demais líderes da região, o ranking inclui cenário econômico local (30%), incerteza política local (27%), entrada de novos concorrentes e substitutos (27%), mudanças na demanda e comportamento do consumidor (27%) e riscos do setor (26%).

“No que diz respeito aos desafios externos, o principal para os executivos brasileiros é a entrada de novos competidores no mercado, tanto globais quanto domésticos. Em contraste, para os executivos da América Latina, essa preocupação aparece em terceiro lugar, enquanto a primeira é o cenário econômico local”, observa o sócio.

Sobre o estudo

O estudo Desafios e Tendências das Empresas em Latam 2025 tem como objetivo entender as expectativas dos executivos da região para os próximos três anos, identificando os principais desafios internos e externos, além das tendências futuras. A pesquisa contou com a participação de 18 países, incluindo o Brasil, e entrevistou 1.720 executivos, sendo 207 brasileiros, entre 4 de fevereiro e 24 de março de 2025.