Fim de linha. A Stellantis se retirou oficialmente da joint-venture com a GAC (Guangzhou Auto) e gerou uma crise localizada diante das críticas feitas pela sócia chinesa, especialmente direcionadas à Carlos Tavares, CEO do grupo internacional.
Como já se sabe, o rompimento não é segredo, sendo noticiado aqui há alguns dias, contudo, uma recente entrevista de Carlos Tavares à Bloomberg Television esquentou os ânimos na China.
Na entrevista, Tavares alertou para os riscos crescentes de operar fábricas na China porque os políticos locais estão cada vez mais se intrometendo nas operações comerciais.
A GAC rebateu as alegações de Tavares sobre o fim do negócio, classificando-as como “inacreditáveis”.
A Guangzhou Auto disse que as operações da Stellantis “não obtiveram sucesso, resultado da falta de respeito pelos clientes no mercado automobilístico chinês”.
Tavares alegou que a GAC não queria cumprir um memorando de entendimento que as duas empresas assinaram e, nesse caso, relativo ao aumento de participação da Stellantis no negócio.
O CEO da Stellantis afirmou que a GAC “preferiu violar, em vez de executá-lo. Concluímos que, é claro, a confiança foi quebrada”.
Na semana passada, a Stellantis anunciou que fecharia sua fábrica com a GAC na China, onde eram produzidos os modelos Renegade, Compass e Grand Commander.
A alegação era de que a operação não era rentável e com isso decidiu importar todos os modelos vendidos por lá.
A GAC disse que a joint-venture “não foi capaz de estabelecer um mecanismo de operação mutuamente confiável adaptado ao ambiente altamente competitivo na China para reverter a situação adversa de perdas contínuas nos últimos anos”.
Tavares, mesmo reconhecendo que a operação dava prejuízo, alegou que o encerramento das operações se deu por quebra de confiança por parte da sócia local.
A Stellantis queria 75% do negócio, mas a GAC não estaria disposta a mudar a sociedade.
Na China, a Stellantis tem 1% do mercado, visto que Peugeot, Citroën e DS possuem mais presença que a Jeep por lá.
A saída da marca americana deve mudar a coisa para as marcas francesas, pois, a Stellantis quer reduzir ativos no país e em 2030, importar mais e produzir menos na China.
[Fonte: Auto News China]